"É bonito, este Alva. Manso, claro, calado, sem a tragédia do Doiro nem a grandeza do Tejo, é bem o rio da Beira que define a beira. O Mondego envenenou-se em Coimbra dum lirismo de borla e capelo, que o desnacionalizou; o Zêzere deu-lhe para uma retórica de sermão de encontro, que lhe tira o sentido; o Ceira, com a façanha do Cabril esgotou-se. De maneira que ficou a representar a sua terra, a Beira das ovelhas, dos pinhais e duma tenacidade sem palavras este veio de água pura, que desce da Estrela, toca num milheiro ou dois de rodas, lava as avós, os filhos e os netos da mesma família, e acaba pudicamente quando tem a sua missão cumprida." (Miguel Torga)
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| (c) Luís Filipe "Mouramortino" (mouramorta.blogspot.com) |
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